A atualização da NR-01 abriu uma oportunidade estratégica para ampliar o olhar sobre a saúde no trabalho, incorporando a avaliação de riscos psicossociais. Quando integrada à NR-07, essa nova abordagem transforma os exames ocupacionais em uma ferramenta mais completa, conectando corpo e mente, prevenção e cuidado.

Embora a NR-01 não obrigue explicitamente a realização de exames psicossociais, ela reforça com clareza que a responsabilidade pela saúde e segurança do trabalhador vai além do físico. O novo texto da norma, atualizado pela Portaria nº 6.730/2020 do Ministério do Trabalho, amplia o conceito de risco ocupacional, incluindo os riscos psicossociais como parte do dever da empresa. Ou seja, ignorá-los é estar fora de sintonia com a gestão preventiva moderna e, sobretudo, com a vida real.

O #RH e os #médicosdotrabalho ocupam um papel estratégico nessa transformação.

Integrar a avaliação psicossocial aos exames médicos mesmo que de forma complementar significa identificar sinais precoces de adoecimento emocional, sobrecarga mental, estresse crônico, burnout ou situações de assédio. São fatores silenciosos que afetam o clima organizacional, aumentam afastamentos, alimentam rotatividade e comprometem a produtividade.

Mais do que mitigar riscos legais e financeiros, essa escuta ativa humaniza a gestão e fortalece a confiança entre empresa e colaborador. A própria NR-01 determina que a organização deve antecipar, reconhecer, avaliar e controlar riscos, e os psicossociais não são exceção.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o estresse relacionado ao trabalho já é uma das principais causas de afastamento no mundo, e o Brasil lidera índices preocupantes de transtornos mentais ligados ao ambiente ocupacional (Fonte: OMS, 2022).

RHs conscientes e médicos do trabalho engajados têm hoje a chance de liderar essa mudança:
•Incorporando instrumentos simples de triagem psicossocial nos exames admissionais, periódicos e demissionais;
•Trabalhando em conjunto com psicólogos para interpretar contextos e promover ações preventivas reais;
•Fazendo da saúde ocupacional um pilar estratégico de cultura, engajamento e sustentabilidade humana.

Afinal, o que adiantam bons indicadores de segurança se a mente de quem opera o processo está adoecida?

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